Ontem foram divulgados os dados do ENEM 2007. É de chorar: Pior escola particular supera 75% das estaduais
No município onde moro, a melhor escola estadual teve, em média 20 pontos (!!!) abaixo da média das particulares.
Para quem trabalha com educação, como eu, ou tem uma mínima noção do que dados como esses querem realmente dizer, chega a ser aviltante tal diferença. Juro que gostaria de comentar mais, mas sinceramente é até difícil de começar. E não se engane: estes alunos que saem com deficiência primárias do Ensino Médio é que vão lotar os cursos universitários – cada vez mais acessíveis – a fim de se tornarem advogados, psicólogos, médicos, engenheiros. Que não me venham com a “brilhante” refutação que consiste em dizer que estes não entrarão nas melhores universidades, como se isso fosse, per si, um filtro de bons profissionais ou, ainda, que só os “bem formados” é que conseguem se imiscuir no mercado de trabalho. Ambas as teses são falsas.
Mas o pior deste tipo de argumento é que ele continua jogando de lado o problema principal que é o de se arrumar a educação no país, apostando numa espécie de “seleção natural”, ou seja, como se, de fato, invariavelmente profissionais formados em “boas universidades” fizessem desaparecer, como que por mágica, os outros milhares. Em segundo lugar, transfere para a universidade uma tarefa que nem de longe deve ser sua, a saber, corrigir má-formação de base ou ainda, forçar, através do processo seletivo, o estudante a desenvolver excelência.
Patético.
Pesquise os dados do ENEM aqui.
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